Jô
Bittencourt é o nome por trás da direção musical e da criação de todas as
músicas originais de Espaguete, uma
Aventura no Navio, em cartaz até 29 de setembro no teatro Macunaíma.
Conversamos com ela para saber como foi o processo de criação das músicas e
como foi ver seu trabalho ganhar vida nos palcos. Ela conta também que gosta
muito de trabalhar em produções para o público infantil, pois adora encantar os
pequenos e resgatar os grandes. Acompanhe a entrevista e descubra mais curiosidades
do lado musical de Espaguete, uma Aventura
no Navio.
A maior parte das músicas da peça Espaguete, uma Aventura no Navio, são de
sua autoria. Como foi o processo de
criação das letras e das melodias?
No início eu
só ia criar uma música tema que representasse o espetáculo na sua totalidade,
mas com a continuidade do processo e como já existiam no texto indicações de
canções para as personagens, as composições surgiram de modo fluido, sempre
buscando representar na letra e na melodia a narrativa em questão, promovendo uma
diversidade musical e um brilho para os momentos especiais do espetáculo.
Quando você parava para compor uma música
para o espetáculo, o que levava mais em
conta, a personagem, a história ou o ator que a interpreta?
Em primeiro
lugar eu penso no momento em que aquela música vai existir dentro da história,
pois isso define a temática da canção e o tom da personagem. A partir disso procuro criar uma harmonia confortável pra
região vocal do ator.
Tem alguma música do espetáculo que
pode ser considerada a sua favorita?
Acho que eu
só poderia responder todas (risos). Cada música tem seu ponto positivo, uma
pela letra, a outra pelo arranjo ou pela própria narrativa embutida. Eu adoro
canções que contam histórias e todas tem isso, acredito!
Como você trabalhou com os atores na
questão afinação e interpretação das músicas. Deu muito trabalho?
Deu um
trabalho super prazeroso! Apesar de nem todos os atores terem conhecimentos
musicais, não foi um processo difícil. Todos têm timbres ótimos e entendem de afinação,
então procurei focar em detalhes de interpretação que realçassem as
características das personagens e da história. A diversidade vocal entre todos
acabou por ser mais que positiva nas canções em coro, e o segredo é o ensaio,
né? No processo também convidei o preparador vocal Cauê Ferreira pra ministrar
um pequeno workshop, e isso gerou um crescimento muito significativo na preocupação
dos atores com as canções que ficaram muito mais vivas.
Essa é a primeira vez que você assina
a parte musical de um espetáculo?
Ainda na
escola, durante o ensino médio, fiz algumas composições num projeto “Teatro
Escola”, em uma adaptação do espetáculo A Bruxinha Que Era Boa. Em 2007,
assinei a direção musical, contribuindo com arranjos pra canções já
estabelecidas no processo do infantil O Baú da Inspiração Perdida com a Cia
Loucos do Tarô, no qual executamos a trilha ao vivo com baixo, guitarra e bateria
durante duas temporadas, uma no antigo Teatro Coletivo e outra no Teatro Commune, em 2008.
Pessoal e profissionalmente, com foi
a experiência do processo vivido com esse espetáculo?Foi um
processo lindo! O entrosamento entre os
integrantes e a liberdade de criação que existe dentro do grupo nos beneficia a
manter um processo muito agradável e sem dúvida, este espetáculo vem com uma
evolução profissional de todos em termos de concepção artística e produção. Eu
gosto muito de espetáculos voltados ao público infantil, pois tanto o produto
como o processo se dão naturalmente de forma leve e é uma delícia encantar os
pequenos e resgatar os grandes! Este processo acabou agregando muitas coisas incríveis, como ter
tido oportunidade de conhecer, reencontrar e tocar com músicos maravilhosos
(vai o abraço apertado nos antigos e novos parceiros: Marianna Fiorelli, Raquel
Martins, Ricardo e Ana Mukoyama, Rogério Lobel e Vanessa Lee), que contribuíram
da maneira mais expressiva possível nos arranjos tornando cada canção especial.
Clique aqui e saiba mais sobre o processo criativo das músicas de Espaguete, uma Aventura no Navio